Data da publicação: sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Postado por Aqipossa Informativo
Rebaixamento 2013 - Salvar o Flamengo da Série B evitaria desastres financeiros dos envolvidos - Parte 2
Colaboração e ideia fundamental de Rogério Barbiere.
Você já leu AQUI os 3 primeiros desastres financeiros que ocorreriam caso o Flamengo fosse rebaixado em 2013, como de fato foi, mas devido ao caso de corrupção e suborno, conhecido como LusaGate, foi salvo desse rebaixamento quando a Portuguesa escalou Héverton irregularmente para ser penalizada, da mesma forma que o Flamengo seria, pois um dia antes, o rubro negro também escalou, equivocadamente, André Santos, na última rodada do Brasileirão 2013. Como a Portuguesa estava um ponto atrás do Flamengo na classificação, perder a mesma quantidade de pontos que ele, o manteria sempre acima na tabela. Seja qual fosse a pena, ambos manteriam suas posições em relação de um ao outro, já que a irregularidade foi a mesma.
Seguimos com a parte final dessa matéria, apresentando os dois últimos desastres financeiros que foram evitados pelo LusaGate.
Quarto desastre
(Entre 400 e 500 milhões de reais)
Soma entre 592 e 773 milhões de Reais
Em Junho de 2013, pouco menos de 6 meses antes de porem em prática o esquema de salvamento do Flamengo em parceria com a Portuguesa na última rodada do brasileirão daquele ano, o blog Olhar Crônico Esportivo, de Emerson Gonçalves publicou interessante reportagem sobre as dívidas dos principais clubes do Brasil. Veja aqui.
Falando de endividamento total, o Flamengo era o que mais devia entre todos. Eram mais de 741 milhões, valores de 2012. Era um aumento de 109% em relação à 2011*, como pode ser visto na imagem abaixo, copiada do blog de Emerson.
Só de dívida tributária em 2012, o Flamengo ultrapassava a casa dos 400 milhões de Reais. Aumento de 58% sobre 2011*.
Na matéria, também consta a dívida sobre empréstimos à pagar. (89 milhões e aumento de 31% sobre o ano anterior*)
* Os valores tratados como 2012 e 2011 são relativos ao dia 31 de Dezembro de cada ano, segundo Emerson Gonçalves.
Tendo a matéria sido feita na metade do ano de 2013 e mostrando valores para a virada do ano em questão, é relevante lembrar que, segundo Bandeira de Melo, presidente do Flamengo, 2013 seria o ano do acerto financeiro do clube, como bem disse em entrevista logo após a sua posse em Janeiro de 2013:
“A situação financeira do Flamengo é bastante complicada, estamos tentando lidar da melhor maneira possível. Vocês me perguntavam o que eu mais temia na época da eleição, e sempre falei que era a situação financeira a curto prazo. Ela é bastante complicada, está nos atrapalhando...”
“As últimas contas aprovadas são as de 2010, assim mesmo com ressalvas, então a situação continua indefinida em termos de números reais, concretos. No dia a dia começam as surpresas, as cobranças, as penhoras, e isso é suficiente para vermos que a situação é muito pior do que imaginávamos. Não sabemos ainda exatamente qual é o tamanho da nossa dívida.”
“...ainda temos um longo caminho a percorrer para se chegar a um ponto que possamos dizer que estamos em dia com as pendências da Fazenda nacional. Já começamos. Já tivemos reuniões na Procuradoria da Fazenda, nosso trabalho tem sido muito em cima disso. Meu discurso de posse serviu bastante para abrir caminho para as pessoas entenderem que a postura do Flamengo agora é outra, que é um clube que vai ter postura cidadã. Não vamos atrasar compromissos, não vamos fazer loucuras antes de cumprirmos os compromissos com jogadores, funcionários, fornecedores e com o Governo.”
“Claro que a nossa expectativa era ter recursos para contratar grandes reforços agora e ao longo do ano, mas, quando a gente vê que a situação é complicada, temos que priorizar a nossa dignidade. Então, não vamos fazer nada que sacrifique essa postura de responsabilidade.”
“Seria diferente se saíssemos dizendo que vamos contratar o Robinho, vamos contratar o fulano, e isso comprometer o pouco que temos para acertar a vida com eles e com o governo, com os impostos. Não podemos ficar nessa situação de sonegadores. Podem ter certeza que isso não faremos nunca mais.”
“Chegamos aqui e encontramos uma situação de déficit. Temos que agir do lado da receita e do lado da despesa. Do lado da receita, o Bap está trabalhando, tentando buscar patrocínios, parcerias, sócio-torcedor mais na frente. Tudo isso vai nos ajudar muito pelo lado da receita. Pelo lado da despesa, nós temos que ter uma administração austera, até para dar o exemplo. Não podemos manter uma situação que é irreal, pois no final não vamos conseguir pagar ninguém.”
“Estamos preparados, sim. No final de três anos isso vai estar muito melhor. Podem ter certeza.”
Mas a mais interessante dizia respeito ao que se preparava no marketing para os 3 anos de mandato. Uma queda para a segunda divisão seria um contra tempo gigantesco em todos os sentidos:
“O marketing do Flamengo vai ser o carro-chefe da nossa administração, vai ser o que vai nos fazer chegar no patamar que a torcida do Flamengo merece. O Bap é um craque, a equipe é excelente, todos os planos que está desenvolvendo agora quando estiverem concretizados o Flamengo será outro. Só não posso adiantar nada porque envolve sigilo, mas tem muita coisa boa vindo por aí.”
A entrevista pode ser lida e conferida clicando na imagem abaixo.
São centenas de milhões de Reais em jogo. São planejamentos sobre um montante em dívida e previsões de entrada de valores consideráveis que podemos facilmente aceitar como mais de MEIO BILHÃO de Reais em giro financeiro. Se de 2011 para 2012 o Flamengo aumentou sua dívida em 109%, de 2012 para 2013, embora não possamos calcular o quanto esta dívida tenha aumentado de 2012 para 2013, o pior momento seria o aumento do valor de 2013 para 2014.
Segundo levantamento feito em Maio de 2014, de 2012 para 2013, a dívida do Flamengo diminuiu apenas 6%, mas aumentou em 113% de 2011 para 2013, conforme tabela abaixo.
O site que fez o levantamento explica a diferença diferença entre os valores de uma tabela e outra está no fato de que “os números de 2012 foram reapresentados e isso fez com que as dívidas de 2011 para 2012 crescessem em 25%.”
Se a proposta do Flamengo era não aumentar a dívida, segundo Bandeira de Melo, o prejuízo foi grande mesmo com o time na primeira divisão, salvo como foi, pela Portuguesa. O contra tempo gira em torno dos 113% de aumento de 2011 para 2013, 402 milhões de reais. Você pode imaginar o valor tendo o Flamengo sido rebaixado à Série B? Não podemos calcular, mas os 402 milhões de Reais são bem justos para tomarmos como base em um mínimo.
Mas ainda há quem teime em achar, acreditar, aceitar, repetir, se iludir, enfim, dizer que o Flamengo não tinha motivos para esquematizar um meio de não ser rebaixado à segunda divisão de 2013, fato este que acabou acontecendo quando a Portuguesa aceitou receber dinheiro para escalar um jogador irregular e ser punida justamente com a mesma quantidade de pontos que o Flamengo, e este, ao ficar acima da Portuguesa na tabela mesmo após a punição do STJD a ambos, se livrar do rebaixamento.
Bandeira de Melo deixou claro na entrevista, que tudo dependia do trabalho que faria financeiramente. O esquema que colocou a Portuguesa de Desportos na Série B no lugar do Flamengo foi crucial para manter caminhando os planos de Bandeira de Melo para o futuro do Flamengo.
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Quinto desastre
(Entre 77 e 87 milhões de Reais)
Soma entre 669 e 859 milhões de Reais
Ainda em 2013, por volta de Junho, o Flamengo estava às voltas com as CNDs, Certidões Negativas de Débito. Para viabilizar as negociações, o clube da beira da Lagoa e preferência nacional dos assaltantes e ladrões, simplesmente deu como garantia, seu Centro de Treinamento, o CT Ninho do Urubu. O Flamengo declarava que, de acordo com uma avaliação feita pela empresa Ernst & Young no dia 10 de julho de 2013, o Ninho do Urubu tinha o valor estimado em R$ 77,4 milhões.
Como o Conselho Deliberativo do Flamengo havia em setembro do mesmo ano, questionado a legalidade do clube ter dado o Ninho do Urubu como garantia à Justiça para obter as CNDs, sem ter tido aprovação interna e com isto descumprindo o estatuto rubro-negro, o órgão administrativo se reuniu em Dezembro do mesmo ano e aprovou por unanimidade a cessão do terreno para que o clube continue com as CNDs. O parecer elaborado pela Comissão Jurídica do Conselho de Administração justificou a medida como necessária.
Como noticiou Lancenet na época, (02/12/2013) “a cessão do Ninho do Urubu como garantia à Receita Federal para o parcelamento da dívida de impostos foi importante para que o Flamengo conseguisse o patrocínio master da Caixa Econômica Federal” e colocava “em risco o CT caso o clube deixe de pagar os valores das parcelas federais de impostos.”
Como as “cotas devem ser pagas mensalmente até agosto de 2016, no valor inicial de R$ 500 mil e final de R$ 1,8 milhão, atualizados por ano”, segundo a reportagem do Lance, pode-se entender porque seria desastroso ir parar na segunda divisão do campeonato Brasileiro. O Flamengo teria um ano inteiro, 2014, de atraso e perderia o Ninho do Urubu.
Mas não foi somente em 2013 que o Ninho do Urubu foi dado como garantia. Por essas situações que só acontecem ao Flamengo, em Agosto de 2014 o time conseguiu penhorar o que já estava penhorado, para tanto, o clube teve de conseguir a anuência da Procuradoria da Fazenda Nacional, o que foi feito. Mas esta situação não seria possível com o clube na segunda divisão em 2014.
Segundo a ESPN, o Flamengo tentava resolver o problema que o impedia de “receber parte dos R$ 25 milhões do contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal, renovado em maio. (daquele ano) Como alternativa para tentar suspender a inclusão no Cadastro Informativo de créditos não quitados no setor federal (Cadin), o Flamengo ofereceu ao Banco Central o Ninho do Urubu e parte do patrocínio da Peugeot como garantias.”
Em documento que oficializa o pedido de incluir o CT e o contrato com a Peugeot como garantias, encaminhado ao juiz federal da 9ª Vara Federal de Execuções Fiscais da Seção judiciária do Rio de Janeiro no dia 28 de julho de 2014, o Flamengo admite que a execução fiscal por parte do Banco Central faz com que o clube sofra grandes dificuldades em honrar seus compromissos financeiros como salários de funcionários e a quitação de dívidas tributárias, parceladas para a obtenção das Certidões Negativas de Débito (CNDs) conseguidas em 2013.
“Para cobrir a dívida de R$ 79 milhões, o clube ainda ofereceu o contrato de patrocínio com a Peugeot, válido de 2013 a 2015 e com média de R$ 10 milhões anuais. Desta forma, a diferença entre os valores do Ninho do Urubu e da dívida (R$ 1,754,125,74) seria facilmente suplantada. O Banco Central tem cinco dias, com prazo até a próxima terça-feira, para responder se aceita o CT rubro-negro e o contrato com a Peugeot como garantias e livrar o clube do Cadin.”
A segunda penhora não nos interessa como desastre financeiro, pois é uma situação de 2014 e não ocorreria caso o time não tivesse sido salvo do rebaixamento pela Portuguesa em 2013. Também não interessa para este levantamento, se o Banco Central aceitou ou não, a garantia do Flamengo, conforme informava ainda a reportagem da ESPN, que citava que o Banco Central tinha prazo de cinco dias para responder se aceitava o CT rubro-negro e o contrato com a Peugeot como garantias e livrar o clube do Cadin.
Recentemente, no dia 11 de Novembro de 2015, as eleições no Flamengo levaram a um debate entre os candidatos que foi acompanhado pela ESPN. (Veja aqui) No debate, Bandeira de Melo, candidato à reeleição, volta a afirmar que seu projeto depende do sucesso financeiro:
“O futebol do Flamengo vai sofrer transformações por conta do alívio financeiro, com o Profut. Isso vai nos deixar em uma situação de alívio financeiro, que cancelou 90 milhões da nossa dívida tributária.”
“Com a recuperação financeira temos amplas condições de saldar esta 'dívida' com a qualificação do elenco.”
“Nosso elenco não é ruim no papel. Foi uma instabilidade que pode ser corrigida com investimento em infra-estrutura, o que já está previsto. Com essa recuperação financeira poderemos investir em tudo e na qualificação do elenco.”
Os trechos acima, no debate, confirmam que os planos futuros, que começaram em 2013, continuam tendo como base, o sucesso financeiro do Clube. Tudo por água abaixo se o Flamengo fosse rebaixado à Série B, como na verdade foi, mas que com um suborno à alguém da Portuguesa para escalarem um jogador irregular na última partida da competição, livrou o Flamengo do rebaixamento, pois a própria Portuguesa foi a rebaixada ao ser punida pela escalação irregular de Héverton. E por incrível que pareça, no mesmo debate citado acima, um dos candidatos afirma justamente isso. O Flamengo foi salvo pela Portuguesa:
O que ocorreu em 2013, no final da competição, entre o início da última rodada, até o julgamento e punição de Flamengo e Portuguesa foi um crime. Crime contra o torcedor de todo o Brasil. Contra o torcedor que foi ao estádio em qualquer uma das 38 rodadas. Contra o torcedor que acompanhou por rádio, pela TV, pela Internet ou pelo jornal. Contra o torcedor que apenas acompanha por alto sem dar muita importância ou pelo que discute contra todos. Contra o chato ou contra o tranquilo. Todos, sem exceção, foram enganados e prejudicados. Independentemente do time para o qual torce, acreditaram que o campeonato foi justo. Entre todos, os mais prejudicados foram os vascaínos, que por conta de Flamengo e Portuguesa ficarem impunes pelo crime que cometeram, o Vasco ter ido parar na segunda divisão*; os torcedores da própria Portuguesa, por culpa de seus dirigentes; e os torcedores do Fluminense, time escolhido pela Imprensa e pelos organizadores da trama LusaGate para levar a culpa e desviar o foco do verdadeiro time beneficiado pelo caso de corrupção e suborno da última rodada do Brasileirão 2013.
Todo crime tem:
1 - Meio
2 - Arma
3 - Local
4 - Alvo
5 - Motivo
O Aqipossa lista todos:
1 - O suborno de alguém da Portuguesa.
2 - Héverton.
3 - A partida Portuguesa X Grêmio.
4 - Portuguesa de Desportos.
5 - Evitar que o Flamengo e seus envolvidos perdessem centenas de milhões de reais.
Todo crime também tem:
6 - Vítima
7 - Culpado
O Aqipossa recomenda se pensar na situação:
6 - Torcedor brasileiro e o clube rebaixado no lugar do Flamengo (Vasco da Gama)*
7 - Flamengo, Imprensa e investidores ativos em 2013.
Um crime também pode ter:
8 - Um inocente para levar a culpa
9- Cúmplices, que podem ser um ou mais dos próprios envolvidos
Já ficou claro que foi estranha a situação de “esquecimento” e má fé ao não informarem o que já sabiam que tinha acontecido na partida entre Flamengo e Cruzeiro; a falta de vontade de considerarem o Flamengo como suspeito, mesmo após o MP-SP colocar o clube da Gávea como tal; a falta de atitude em entrevistar Héverton, a peça principal e “arma” do golpe; a falta de coragem de voltarem atrás nas informações quando o MP-SP declarou que alguém da Portuguesa recebeu dinheiro para escalar o jogador irregularmente, contrariando notícias da Imprensa; inversão das informações das irregularidades de Flamengo e Portuguesa de forma que informando primeiro sobre a Portuguesa, o Flamengo não fosse visto na Zona do Rebaixamento, evitando a ligação da ideia de que a Lusa salvou o Flamengo; inversão no julgamento do STJD, analisando primeiro o caso da Portuguesa e somente depois, o do Flamengo, situação que impedia o Flamengo de correr riscos de ser rebaixado ao ser julgado, pois a Portuguesa tendo menos pontos, ficaria sempre uma posição atrás do time da Gávea; o advogado do próprio Flamengo ter defendido também a Portuguesa em uma situação que caso absolvesse a Lusa, o Flamengo seria rebaixado se não conseguisse absolver o Flamengo.
Em vista do descrito no parágrafo acima, e nem tudo de estranho está citado, tendo a Imprensa imposto que o Fluminense era o favorecido pelo suposto erro da Portuguesa, concluímos:
8 - Fluminense
9 - Imprensa esportiva (FlaPress) e STJD.
* Pelo envolvimento do Flamengo no caso de corrupção que manipulou sua própria condição dentro da competição, o clube da Gávea deveria ser excluído da competição, sendo com isso, classificação como último colocado, deixando o Vasco da Gama na 16ª colocação, permanecendo na primeira divisão.
Colaboração e ideia fundamental de Rogério Barbieri.
